Ciência - Empresa chinesa cria tecnologia que permite aos pais escolher o embrião mais inteligente


     Não se sabe quais genes tornam uma pessoa inteligente, mas acredita-se que 50 a 80% do QI de uma pessoa é determinado pela herança genética.
     Uma empresa chinesa, a BGI, está abraçando essa ideia, em uma divisão chamada de genoma cognitivo, cuja tarefa é mapear os genes de gênios da matemática. Depois esses dados serão comparados com os da população em geral, isolando aqueles que geram pessoas inteligentes.
Ao menos em tese.
     Essa técnica poderia ser utilizada para prever a inteligência de um embrião. Uma divisão da BGI faz exatamente isso, testar embriões, ou fertilização in vitro. Isso permitiria que os pais escolhessem o espermatozoide mais esperto da turma, figurativamente.
     Stephen Hsu, membro do laboratório da CGI, falou em entrevista à Wired:
     A maioria das crianças tem o QI dentro de uma margem de 13 pontos da média do QI dos pais. Duas ou três em cada cem são muito inteligentes. Criar um grande número de embriões permitiria aumentar a probabilidade de gerar uma combinação espermatozoide-óvulo que gere um bebê muito inteligente.
     Qualquer semelhança com a eugenia nazista não é mera coincidência, ao menos é o que pensam cientistas ocidentais. A preocupação é que esses dados sejam utilizados para discriminar grupos étnicos, como já aconteceu no passado. Na China no entanto, isso não parece ser um problema, e o governo já abraçou o projeto com financiamento.
     O cabeça do projeto é Zhao Bowen, que abandonou o ensino médio, aprendeu inglês por conta própria e começou a trabalhar como estagiário na Academia Chinesa de Ciência da Agricultura.
     Ele limpava tubos de ensaio, entre outros trabalhos menores, nas horas vagas estudava genética em livros emprestados pelos estudantes, além de participar de experimentos, que incluíam o sequenciamento do genoma do pepino. Quando o estudo foi publicado na Nature Genetics, em 2009, Zhao tinha 15 anos de idade e era creditado como coautor.
     A empresa garante que nenhum dado coletado será fornecido a governo algum, acredite se quiser.
     Segundo Hsu, o negócio é uma mina de ouro e o alvo são as pessoas comuns:
   Imagine quanto um casal pagaria para garantir que teria o melhor filho entre 10 ou 50 possibilidades, otimizando sua escolha de atributos hereditários.
     Nem tudo são preocupações, no entanto, segundo The New Yorker, a pesquisa da CGI poderia ajudar a entender as origens genéticas do mal de Alzheimer ou da esquizofrenia.
     No final das contas, se tudo der certo e a prática se espalhar mundo afora, resta uma preocupação: quem irá nos atender no McDonald’s?

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